A China está expandindo agressivamente sua capacidade industrial, transformando-se em uma potência exportadora que ameaça a indústria global. Novas fábricas estão surgindo por todo o país, impulsionadas por investimentos maciços e avanços tecnológicos, com a promessa de um aumento significativo na produção de bens, desde carros elétricos até componentes eletrônicos.
O gigante asiático tem investido pesado em automação e robótica. A fabricante de carros elétricos BYD, por exemplo, está construindo duas fábricas com capacidade de produção que supera em dobro a da Volkswagen em Wolfsburg, na Alemanha. Paralelamente, os bancos chineses, sob orientação do governo, redirecionaram seus empréstimos do setor imobiliário para a indústria, injetando US$ 1,9 trilhão nos últimos anos.
Este crescimento industrial tem gerado preocupações em todo o mundo, com o receio de fechamento de fábricas e demissões em diversos países. A situação levou o governo Trump a anunciar altas tarifas sobre produtos chineses, numa tentativa de proteger a indústria americana e conter o avanço chinês.
A resposta chinesa não tardou, com o governo a condenar as tarifas americanas, acusando os Estados Unidos de subverter a ordem econômica global para servir seus próprios interesses. A China defende seu modelo de desenvolvimento, argumentando que sua alta taxa de poupança, longas jornadas de trabalho e o grande número de engenheiros e técnicos qualificados são fatores que impulsionam seu crescimento industrial.
O foco na indústria tem sido prioridade, desviando investimentos do setor imobiliário, que antes impulsionava a economia chinesa. O país se tornou o maior usuário de robôs industriais do mundo, muitos deles produzidos por empresas chinesas. O resultado é um aumento expressivo nas exportações, que cresceram 13,3% em 2023 e 17,3% no ano passado.
Empresas como a Huawei, também se destacam, com a inauguração de centros de pesquisa e desenvolvimento que superam em tamanho e capacidade as instalações de gigantes como o Google. A disputa comercial se intensifica com o passar dos dias.
"O tsunami está vindo para todos." disse Katherine Tai, ex-representante de comércio dos Estados Unidos.
A expansão da manufatura chinesa tem sido constante, atingindo 32% da participação global, um aumento significativo em relação aos 6% registrados em 2000. A produção industrial da China já ultrapassa a soma da produção dos Estados Unidos, Alemanha, Japão, Coreia do Sul e Grã-Bretanha.
O cenário é de alerta máximo, com países buscando formas de proteger suas indústrias e economias dos efeitos da onda de exportações chinesas. A disputa comercial entre China e Estados Unidos, juntamente com as tensões geopolíticas, geram incertezas e desafiam a ordem econômica global.
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