Vladimir Putin, presidente da Rússia, surpreendeu ao autorizar a venda de ações de empresas russas detidas por gestores de ativos e fundos hedge ocidentais. Esses ativos estavam bloqueados desde o início da invasão da Ucrânia, em 2022.
A medida foi tomada às vésperas de uma conversa entre Putin e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre um possível cessar-fogo de 30 dias no conflito.
Investidores como Jane Street, GMO e Franklin Templeton agora podem vender suas participações para o fundo hedge americano 683 Capital Partners, conforme noticiado pelo Financial Times. Este fundo está autorizado a negociar com dois fundos de investimento russos sem precisar de novas aprovações do Kremlin.
Desde o início do conflito, Putin havia proibido investidores internacionais de comprar ou vender ações e títulos de bancos e empresas de energia russos. Qualquer transação necessitava de aprovação governamental, o que tornou muitos ativos de empresas como Norilsk Nickel, VTB Bank e Rosneft praticamente sem valor para seus detentores no Ocidente.
A autorização de venda ocorre em um momento de expectativa nos mercados, com a possibilidade de que os EUA atenuem as sanções contra a Rússia. O rublo, moeda russa, valorizou-se 36% frente ao dólar desde o início do ano, e as ações russas também registraram ganhos.
As casas americanas não responderam a pedidos de comentário feitos pelo Financial Times a respeito da decisão do Kremlin.
Essa decisão de Putin pode ser vista como uma manobra estratégica, visando demonstrar flexibilidade e boa vontade em meio às negociações de paz, além de potencialmente fortalecer a economia russa.
A atitude do líder russo pode indicar uma tentativa de melhorar as relações com o Ocidente, em um momento em que a pressão econômica sobre a Rússia tem aumentado devido às sanções internacionais. Resta saber se essa flexibilização será um prenúncio de mudanças mais amplas na política russa em relação aos investimentos estrangeiros e ao conflito na Ucrânia.
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