O Grupo Pão de Açúcar (GPA) anunciou prejuízo líquido consolidado de R$1,1 bilhão no quarto trimestre de 2024, um valor significativamente maior que a perda de R$303 milhões registrada no mesmo período de 2023. Esse resultado, divulgado pela empresa em fevereiro de 2025, reflete o impacto de fatores estruturais e excepcionais.
Considerando apenas as operações continuadas, o prejuízo do GPA atingiu R$737 milhões, superior à perda de R$91 milhões em 2023. A companhia atribui parte desse resultado negativo a ações estratégicas de longo prazo, que impactaram em R$385 milhões (R$272 milhões nas operações continuadas e R$113 milhões nas descontinuadas).
"O efeito caixa destes temas está concentrado, principalmente, aos parcelamentos dos acordos tributários, que proporcionaram redução dos valores em discussão, e aos gastos com rescisões no projeto de reestruturação administrativa, que trarão economias estimadas em cerca de R$100 milhões em 2025." concluiu a empresa em comunicado.
Adicionalmente, provisões tributárias e trabalhistas geraram um impacto negativo de R$503 milhões (R$291 milhões nas operações continuadas e R$211 milhões nas descontinuadas). A empresa espera que esses impactos tenham efeito caixa positivo a longo prazo, com possibilidade de acordos intermediários.
Excluindo-se esses efeitos, o prejuízo líquido das operações continuadas seria de R$174 milhões e das descontinuadas, R$43 milhões. As projeções de analistas apontavam um prejuízo líquido de R$193,16 milhões para o período.
Apesar do prejuízo, o GPA registrou crescimento de 6,9% na receita líquida, alcançando R$ 5,22 bilhões. O Ebitda ajustado consolidado aumentou 25,4%, para R$498 milhões, com margem crescendo 1,4 ponto percentual, para 9,5%. As despesas com vendas, gerais e administrativas diminuíram 0,2%. As vendas mesmas lojas aumentaram 9,6% no trimestre, com destaque para o Pão de Açúcar (10,2%) e o Extra Mercado (10,3%).
O e-commerce do GPA apresentou expansão de 16,2% na receita, com penetração de 12,2% nas vendas totais. A empresa abriu 29 lojas de proximidade no quarto trimestre e 60 novas lojas em 2024.
No que diz respeito ao endividamento, o resultado financeiro líquido ficou negativo em R$190 milhões, contra R$51 milhões em 2023. A redução da dívida bruta e das taxas de juros contribuíram para a diminuição das despesas financeiras (queda de 7,7%). A dívida líquida foi reduzida em R$911 milhões nos 12 meses encerrados em dezembro de 2024, impulsionada principalmente pela venda de ativos e oferta pública de ações.
Os investimentos em expansão, reformas e tecnologia somaram R$178 milhões no quarto trimestre de 2024.
Em resumo, o GPA apresentou prejuízo no quarto trimestre de 2024, porém com crescimento na receita e Ebitda, além de avanços na redução do endividamento. Ações estratégicas de longo prazo e provisões impactaram negativamente o resultado, mas a empresa espera resultados positivos futuramente.
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