
O Reino Unido e a Suécia mostraram-se abertos à possibilidade de enviar tropas para uma força de paz na Ucrânia, caso um cessar-fogo com a Rússia seja alcançado. A proposta será discutida em uma reunião de emergência em Paris, convocada pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
A iniciativa busca uma resposta unificada dos líderes europeus à pressão dos Estados Unidos, liderados pelo presidente Donald Trump. No entanto, a proposta enfrenta resistência. A Espanha, por exemplo, já descartou a ideia.
"É muito cedo para discutir isso." concluiu o governo espanhol.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, foi um dos primeiros a declarar apoio ao envio de tropas.
"Eu não digo isso ligeiramente. Eu sinto profundamente a responsabilidade de potencialmente colocar homens e mulheres fardadas britânicas em perigo." disse Starmer, em artigo no Daily Telegraph.
A Suécia também manifestou apoio, contudo, condicionou sua participação a avanços significativos nas negociações. Já os Estados Unidos, sob a liderança de Trump, pressionaram por concessões territoriais de Kiev e a exclusão da Ucrânia da OTAN, medidas vistas como uma tentativa de impor a paz nos termos de Moscou.
Trump chegou a telefonar para Vladimir Putin, propondo essas concessões. A atitude gerou reação negativa de Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, e de outros líderes europeus.
O vice de Trump, J.D. Vance, discursou na Conferência de Segurança de Munique, criticando duramente os líderes europeus, acusando-os de suprimir a liberdade de expressão e a democracia. Tal fato aumentou as tensões entre os EUA e a Europa.
O Kremlin, por sua vez, não descartou totalmente a possibilidade de uma força de paz, mas enfatizou a complexidade da questão. O chanceler russo, Sergei Lavrov, criticou a ausência dos europeus nas negociações, alegando que estes buscam prolongar o conflito.
Keith Kellogg, enviado de Trump, afirmou que os europeus não participariam das negociações. Os Estados Unidos enviaram um questionário aos governos europeus para entender suas propostas de segurança para a Ucrânia.
Atualmente, a Rússia controla cerca de 20% do território ucraniano, incluindo a Crimeia. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, reuniu-se com líderes russos na Arábia Saudita, um passo em direção à normalização das relações entre os dois países, visando a organização de uma cúpula em local neutro.
Volodymyr Zelensky declarou que não pretende se reunir com representantes russos ou americanos durante sua visita a Riad.
Fonte: revistaoeste