Uma frase atribuĂda a Nelson Rodrigues, embora sem fonte confirmada, afirma:
"A liberdade é mais importante que o pão."
Dados do Our World in Data mostram que a extrema pobreza mundial caiu drasticamente desde 1820, coincidindo com o inĂcio da Revolução Industrial e o surgimento de novos conceitos de liberdade econômica, polĂtica e cultural.
O crescimento da democracia liberal, que protege as liberdades individuais contra o Estado, começou por volta de 1850, sugerindo uma ligação entre liberdade econômica, queda da miséria e o modelo de livre mercado.
Em paĂses protecionistas, como o Brasil, a liberdade econômica é muitas vezes limitada para evitar revoltas populares, mas isso impede o pleno desenvolvimento econômico. A liberdade é vista como algo abstrato, enquanto o pão é concreto, permitindo que o Estado use o assistencialismo para garantir fidelidade e arrecadar impostos.
Programas como o Bolsa FamĂlia garantem o pão, mas não solucionam o problema a longo prazo. A intervenção estatal no mercado encarece os bens de consumo, afetando principalmente os mais pobres. Como disse Aleksandr SoljenĂtsin:
"O Estado mente, e todos sabemos que mente. Mas, como estamos sendo forçados a participar da mentira, gradualmente perdemos nosso senso de liberdade."
A democracia liberal tem recuado, voltando aos nĂveis da Guerra Fria. O Ocidente, segundo SoljenĂtsin, estĂĄ em declĂnio por causa da perda da coragem em defender a liberdade.
"O declĂnio da coragem pode ser o sinal mais marcante de um Ocidente em decadĂȘncia."
Conservadores e liberais como João Paulo II, Winston Churchill, Margaret Thatcher e Ronald Reagan lutaram contra o fascismo e o comunismo, defendendo a liberdade. Enquanto a esquerda via a liberdade como um meio para a revolução, os conservadores a viam como essencial para a vida.
A verdadeira conquista não é apenas a vitória militar, mas a vitória polĂtica, histórica e cultural. O conforto sem liberdade é uma prisão disfarçada, e o pão sem liberdade é um favor, não uma conquista individual. A liberdade não é mais importante que o pão; a liberdade é o pão.
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