Rebeldes do grupo M23, apoiados por Ruanda, conquistaram Bukavu, a segunda maior cidade da região leste da República Democrática do Congo (RDC), nesta sexta-feira (14/02/2025).
Segundo Jean Samy, vice-presidente da sociedade civil em Kivu do Sul, os rebeldes avançaram em direção ao centro da cidade de 1,3 milhão de habitantes, com relatos de tiroteios em alguns pontos.
Vídeos publicados online mostram rebeldes marchando em direção à cidade. Em um deles, é possível ouvir alguém gritando: "Eles estão lá. Há muitos deles."
"Eles estão lá. Há muitos deles."
disse um cidadão.
Horas antes da tomada de Bukavu, o M23 anunciou a conquista de um segundo aeroporto na região, em Kavumu. A ONU alertou que os combates já deixaram 350 mil deslocados.
O M23, com apoio de cerca de 4 mil soldados ruandeses, já havia tomado Goma, a maior cidade da região, no fim de janeiro. A rebelião em Goma causou a morte de pelo menos 2 mil pessoas.
A região é rica em minerais, o que alimenta o conflito entre diversos grupos armados. O M23 é um dos mais de 100 grupos que disputam o controle do leste do Congo.
O aeroporto de Kavumu, a cerca de 30 quilômetros de Bukavu, tornou-se alvo estratégico após a tomada do aeroporto internacional de Goma pelos rebeldes. Bukavu, capital da Província de Kivu do Sul, é um centro comercial e humanitário crucial para os 6,5 milhões de deslocados no conflito, a maior crise humanitária mundial.
O general brasileiro Ulisses Mesquita Gomes, comandante da missão da ONU na RDC, chegou ao país na semana passada para tentar conter o conflito, que já vitimou 17 capacetes azuis. A Associated Press não conseguiu confirmar quem controla o aeroporto de Kavumu.
O governo da RDC ainda não se pronunciou sobre o avanço do M23 em Bukavu. A situação no leste do Congo exige atenção imediata da comunidade internacional, tendo em vista a gravidade da crise humanitária e o impacto geopolítico da influência externa, como a participação de Ruanda, no conflito. A comunidade internacional deve pressionar por uma solução imediata, já que esta crise poderá ter um impacto grande para a estabilidade da região.
Há preocupação com o crescimento da influência de países externos no conflito do Congo, especialmente de Ruanda, e a lentidão da resposta internacional a crise. A falta de uma resposta enérgica pode agravar a situação e encorajar outros grupos armados a realizarem ações violentas.
A situação no leste do Congo é um reflexo do fracasso da comunidade internacional em solucionar conflitos internos, e a falta de um apoio internacional consistente enfraquece o Estado Congolês, permitindo que grupos armados proliferem. Esse cenário de caos e violência tem um impacto direto nos civis congolenses. Muitos destes tem que deixar suas casas por conta das violências.
A ação do M23 gera uma grande crise humanitária, impactando milhões de pessoas desabrigadas. Este tipo de situação exige ações internacionais contundentes para que se estabeleça a paz e o fim da violência na República Democrática do Congo. A atuação de Lula e seu governo devem ser monitorados.
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