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Opas destaca controle do número de mortes por dengue no Brasil

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) destacou, em evento sobre arboviroses, que o Brasil tem controlado o número de mortes na atual epidemia de dengue.


Pixabay

A Organização Pan-Americana da SaĂșde (Opas) destacou, em evento sobre arboviroses, que o Brasil tem controlado o nĂșmero de mortes na atual epidemia de dengue. Apesar de jĂĄ ter alcançado em 2024 quase o dobro da quantidade de casos de todo o ano passado, houve uma redução proporcional no registro de óbitos. A Opas é o braço da Organização Mundial da SaĂșde (OMS) nas Américas.

"Esse é um ponto muito importante, ter um aumento de transmissão e não ter um aumento significativo de óbitos", avalia o especialista em arboviroses da representação da Opas no Brasil, Carlos Melo. Arboviroses são doenças causadas por vĂ­rus transmitidos, principalmente, por mosquitos, como o Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

"A gente não deve olhar unicamente a questão da transmissão e do nĂșmero de casos. A gente tem que ter um olhar para o óbito, que é o primeiro objetivo no controle de uma epidemia, diminuir o nĂșmero de óbitos e depois diminuir casos graves", completou Melo, que participou nesta quinta-feira (11) de um seminĂĄrio sobre arboviroses organizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

O encontro acontece no cenĂĄrio em que o Brasil atinge 3,1 milhões de casos provĂĄveis de dengue nas 14 primeiras semanas de 2024. O dado foi divulgado na quinta-feira (11). Isso representa 1.529 casos para cada cem mil habitantes. Em 2023, o paĂ­s fechou o ano com 1,6 milhão de registros totais.

Segundo o Ministério da SaĂșde (MS), nove unidades federativas estão com tendĂȘncia de queda no quantitativo de casos; 13 apresentam estabilidade; e cinco, tendĂȘncia de alta.

JĂĄ foram confirmadas 1,292 mortes por causa da dengue, enquanto 1.875 estão sob investigação. Isso representa uma letalidade sobre o total de casos provĂĄveis de 0,04% no ano. Em 2023, no mesmo perĂ­odo, o Ă­ndice era de 0,07%.

Em relação ao total de casos graves, a letalidade é de 4,21% em 2024 contra 5,22% em 2023.

Carlos Melo atribui a redução proporcional do nĂșmero de mortos ao conjunto de ações coordenadas pelo Ministério da SaĂșde, que inclui vacinação focada no pĂșblico mais atingido por casos graves e a assistĂȘncia aos pacientes.

"Bala de prata"

O representante da Opas afirma que não hĂĄ uma solução Ășnica para mitigar ao mĂĄximo a epidemia de dengue. É preciso, na visão dele, uma atuação em vĂĄrias frentes, como vacinação, tecnologias cientĂ­ficas, como os mosquitos contaminados com a bactéria Wolbachia - que impede a transmissão do vĂ­rus - e ações que combatam determinantes sociais.

Entre os fatores sociais que contribuem para o avanço da doença, ele cita falta de saneamento bĂĄsico, abastecimento irregular e necessidade de armazenamento de ĂĄgua, urbanização não controlada, manejo inadequado de resĂ­duos sólidos e a existĂȘncia de cinturões de pobreza nas grandes cidades, por exemplo.

"Não acreditamos em uma 'bala de prata' para controlar a epidemia de dengue", declarou.

Vacinação

A coordenadora-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da SaĂșde, Livia Vinhal, concorda com a avaliação. "A gente precisa trabalhar com o conjunto de estratégias que somadas poderão, sim, impactar na redução dos casos".

LĂ­via Vinhal entende que a vacinação colabora no enfrentamento da doença, mas acredita que os resultados poderiam ser melhores caso a imunização fosse feita com apenas uma dose.

O Brasil usa a vacina Qdenga, produzido pelo laboratório japonĂȘs Takeda. A imunização se alcança com duas doses, com intervalo de 90 dias entre elas. A vacina é segura, e o uso foi aprovado pela AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa).

"Uma vacina que seja dose Ășnica é o ideal. A gente conseguiria fazer [ações preventivas], inclusive, em momentos de surto, como a gente pode fazer, por exemplo, para febre amarela".

Uma preocupação do governo brasileiro é com a capacidade de produção do laboratório Takeda. Segundo o Ministério da SaĂșde, o Brasil comprou praticamente toda a produção do imunizante. Mesmo assim teve que limitar a aplicação para o pĂșblico entre 10 e 14 anos de idade, faixa etĂĄria que concentra maior nĂșmero de hospitalizações por dengue, atrĂĄs apenas dos idosos.

Com o aumento na oferta da Qdenga, a coordenadora Livia Vinhal espera resultados positivos no combate à dengue.

"Tendo uma vacina efetiva, segura e com grande capacidade de produção, a gente pode, não a curto prazo como gostarĂ­amos, mas a médio e longo prazos vislumbrar mudanças nesse cenĂĄrio que a gente tem visto nos Ășltimos anos", prevĂȘ.

Matéria alterada às 17h para atualização de dados

AgĂȘncia Brasil

Dengue OMS OPAS Saúde

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